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Felícia de Castro é mulher, negra, mãe. Artista do corpo e das imagens. Nascida em Salvador, Bahia, com avós vindas do recôncavo baiano e da costa do cacau. É graduada, mestra e doutoranda em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia. Atua, dirige, escreve e orienta diversos artistas em processos criativos autorais, tecendo um trabalho que passeia entre magia e arte, palhaçaria e dança, comicidade e erotismo, tecnologias ancestrais e autenticidade, infância e ancestralidade, processos criativos e processos de cura, ativismo feminista e antirracista. Criou e atua nas obras “Rosário” e “Tudo Que Você Precisa É Amor”. Partindo de sua ancestralidade negra, Felícia traz como fundamentos, numa alquimia autêntica, a ativação do corpo sensível, a voz, os cantos e danças de manifestações cênicas afro brasileiras, a dança butoh, a natureza, e o riso ancestral.

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``Essa sou eu. Até o dia que enfim não serei mais. Essa sou eu, nua, crua, fracassada, potente, viva, sobrevivente, abandonada, criança ferida porém muito amada, abençoada de nascença, revolução desde que me desentendo por gente, muito mulher, muito selvagem, palhaça do apocalipse, dançarina bêbada do fim, agricultora celeste, criança mágica, amor total, amor da cabeça aos pés, dos pés à cabeça (e além, desejo!), vertical, amante, amante de todas as coisas que existem, desacreditada de todas as coisas que existem, desistente do ser humano, defensora da humanidade, trágica e cômica, encarnadora de imaginários, ativista do reencantamento, tradutora de afetos ancestrais. Sou o cinema brasileiro. Sou do recôncavo e da costa do cacau. A roda me samba. Venho da Bahia. Salvadô meu amô. Fui tua escrava gentil. Mas sou Maria da Fé. Sou uma preta pobre, uma carne que lembra. E treina para esquecer com elegância. Sou Rainha. Quero habitar a profundeza da beleza. Certeza que resta.

Muito obrigado, Asè.´´

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